FICHA

"Roque Santeiro " Junho de 1985 a Fevereiro de 1986 209 Capítulos, 45 min. Elenco: José Wilker ... Roque Santeiro Regina Duarte ... Viúva Porcina Lima Duarte ... Sinhozinho Malta Fábio Júnior ... Roberto Mathias Armando Bógus ... Zé das Medalhas Ary Fontoura ... Prefeito Florindo Abelha Yoná Magalhães ... Matilde Eloísa Mafalda ... Dona Pombinha Lucinha Lins ... Mocinha Abelha Criadores: Dias Gomes, Aguinaldo Silva Emissora: Rede Globo Tema de Abertura: "Santa Fé", Moraes Moreira

"...Deus e o diabo na terra..." bastavam os primeiros acordes do tema de abertura para que a família inteira corresse para disputar melhor lugar ao sofá, para assistir a essa novela que foi sem dúvida um marco da televisão brasileira. Roque Santeiro foi ao ar pela Rede Globo, de julho de 1985 à fevereiro de 1986, 10 anos depois de sua primeira versão ter sido censurada antes mesmo de estrear.

Com uma trama muito bem elaborada e personagens marcantes, Roque Santeiro conquistou o sucesso logo nos primeiros capítulos, batendo recordes de audiência já na primeira semana.

A novela faz uma sátira à exploração política e comercial da fé popular no Brasil.

A história se passa na fictícia Asa Branca, que vive em função de um falso mito, o milagreiro Roque Santeiro, que teria morrido como mártir defendendo a cidade do bandido Navalhada. Esse mito fez a cidade prosperar, porém, 17 anos depois, o falso santo reaparece causando desespero nas autoridades locais. E assim a trama se desenrola de uma maneira divertida e intrigante.

Roque Santeiro nos conquistou com personagens memoráveis, como a viúva Porcina e Sinhozinho Malta. O casal vivia uma conturbada relação e suas brigas hilárias faziam muito sucesso. Os ataques e as manias de Porcina também renderam cenas preciosas. Extravagante e cheia de si, ela vivia levantando os seios com as mãos e limpando os cantos da boca borrados pelo batom escandaloso e seu visual exagerado, influenciou muito a moda da época. Ele, muito cafona, com o braço cheio de pulseiras, relógio, colares de ouro e suas perucas.Era cômico quando ele balançava as pulseiras, e num tom ameaçador dizia “Tô certo ou tô errado?”.

Mocinha, filha do prefeito Florindo Abelha e de Dona Pombinha, manteve-se casta à espera de seu noivo Roque, e era cortejada pelo professor Astromar Junqueira, que em noites de lua cheia virava lobisomem e aterrorizava a cidade.

Zé das Medalhas , um homem cruel e ambicioso era o que mais lucrava com o mito de Roque Santeiro. Movido pela sede de fortuna acabou morrendo sozinho afogado nas suas medalhas em sua fábrica. Outro personagem marcante foi Roberto Mathias, um ator mulherengo que chega à cidade causando uma grande confusão conquistando várias mulheres. E o beato Salú, pai de Roque, que perambulava pela cidade pregando a palavra de Deus e profetizando o fim do mundo!!!!

Matilde e suas dançarinas Ninon e Rosaly, causavam polêmica com sua boate Sexus e provocavam a ira de padre Hipólito e das beatas da cidade.

Embalada por uma trilha sonora muito bem produzida, Roque Santeiro conseguiu um fato inédito até então: pela primeira vez, a gravadora Som Livre deixou de produzir a trilha sonora internacional de uma novela para lançar um segundo volume da trilha nacional. Todas as músicas foram sucesso.

Por fim, Roque Santeiro termina deixando saudades e um certo vazio nos telespectadores. Restou-nos a expectativa de qual seria a proxima novela que embalaria de forma tão agradável e divertida nossos fins de noite!!!!!